Técnico do Flamengo analisou desempenho de Hugo, Marinho, Thiago Maia e
Willian Arão; rubro-negro empatou com o Palmeiras em jogo sem gols, no
Maracanã
Na quarta rodada do Brasileiro, o Rubro-Negro apresentou dificuldades para vencer mais uma vez. No Maracanã, o Flamengo empatou com o Palmeiras em jogo sem gols, mas com lances que animaram a torcida. Após a partida, Paulo Sousa analisou o duelo e não se deixou abater pelo resultado. Pelo contrário, o técnico reiterou o processo de construção do trabalho, mas ressaltou a necessidade de aprimorar movimentos táticos.
- No Flamengo, quando se ganha está no céu. Quando se perde está no inferno. Como eu disse na última coletiva, os torcedores têm que se sentir representados no campo pelos nossos jogadores - disse.
Paulo
Sousa ainda elogiou o comprometimento dos jogadores e destacou que o
Flamengo tem proposto as partidas que disputa. Ele também enumerou
características que considera fundamentais para o time principal.
-
Tem muito volume de jogo, com ou sem bola. Temos jogadores fisicamente
muito fortes. Temos os melhores como volantes a nível de duelos, de
ganhar bola e passes verticais. Com essa estrutura e a tipologia de
jogadores que temos em certas posições, precisamos dessa capacidade
mental, de compromisso e entendimento de espaços. O que temos que
melhorar é a qualidade de passes, como vimos no último jogo em algumas
transições. É algo que ainda precisamos. Com a vivência e experiência
desses primeiros jogos, vamos vendo - ressaltou o português.
Antes
do apito inicial, o técnico do Fla comentou que o trabalho de Abel
Ferreira está em estágio avançado no Palmeiras, e que o colega de
profissão conta com o convencimento dos atletas. Após o jogo, Paulo
disse que o elenco rubro-negro também abraçou suas ideias, mas que ainda
há elementos a serem trabalhados com o grupo, assim como no quesito
individual.
- Vejo muito bem desde o início, como quando
começamos qualquer tipo de processo. A equipe foi assimilando ideias
dentro da própria estrutura e tem sido uma evolução natural, que
precisamos consolidar. Dentro desse processo, como a palavra indica, tem
um início mas não tem um fim, e por isso tem muitas variáveis. Para
podermos avançar e ter consistência, precisamos usar todos de forma a
ter níveis de performances coletivas e individuais que permitam ganhar
os jogos. Assim como o colega [Abel], após vários meses também procurou
contratar para ter rotatividade - destacou.
ARBITRAGEM
- Eu sou uma pessoa muito passional e tenho uma
leitura de jogo diferente. Não cabe a mim analisar. Parece que,
institucionalmente, o clube possa até fazer. Desde os momentos mais
importantes desta temporada, como a Supertaça e os dois jogos de final,
acho que está muito evidente o que foi acontecendo. Não me parece que um
treinador tem que analisar a arbitragem, como disse anteriormente. Mas
infelizmente não teve o mesmo nível de Flamengo e Palmeiras neste jogo. E
queremos ver todas as três equipes com a mesma capacidade para poder
melhorar o futebol. Por isso a nossa instituição acaba expondo porque
realmente nesses três momentos, não tiramos nenhum benefício. E gostamos
de ver algo com qualidade.
ARÃO
- Ver o jogo de frente
é mais fácil. Hoje procuramos diminuir tempos de tomada de decisão,
sempre que há uma circulação, para o nosso lado direito, para o Arão.
Ele tem sido importante para romper linhas com passes. Deveria ter
corrigido algumas coisas, principalmente no primeiro tempo.
Identificando o adversário na sua mesma linha, com maior proximidade e
velocidade que as primeiras linhas do Palmeiras tem para deslocar, o seu
posicionamento deveria ser adiantado para poder ter capacidade de
orientar o jogo para a frente. Foi corrigido no intervalo, melhorou
bastante no segundo tempo e deu profundidade para o nosso jogo, de
maneiras que rompemos linhas de pressão do adversário. Estou muito
satisfeito, por isso contamos com ele como volante e zagueiro.
MARINHO
-
O Marinho, sobretudo, tem disponibilidade e compromisso, como todos os
jogadores têm que ter. Compromisso com a camisa do Flamengo, procurando
entender menos ou mais o tático e o estratégico, mas o importante é o
compromisso. Temos oferecido em momentos do jogo a necessidade que a
equipe tem naquele momento e tem sido bom, como mais uma vez aconteceu
hoje.
THIAGO MAIA
- Não, encontrei mais um jogador que
está crescendo, que dá soluções com a bola nos primeiros momentos de
construção. Ele tem capacidade de melhorar cada vez mais o
posicionamento e ocupação do espaço, assim como o entendimento entre ele
e o João e a lateralidade. A necessidade de que a equipe tem de ter os
dois, para ver o jogo para frente, também como apoio para movimentos e
capacidade de articulações, saltar linhas de pressão. Podem melhorar
mais nos duelos e no último terço do campo, por ver mais longe e ter
mais profundidade. Mas espero que outros também possam crescer porque
são posições de grande desgaste mental e físico. É uma época longa, com
esse ritmo intenso como foi hoje, necessitamos de todos.
GOLEIROS
-
Acho que não me fiz entender na coletiva anterior. Posso explicar de
novo e espero que seja a última vez. O Santos chegou, passado quase três
meses. Há um processo de crescimento da parte do Hugo, onde nós
confiamos. Se ele tivesse chegado inicialmente, é provável que nossas
decisões tivessem sido diferentes. Independente do momento de cada um
deles, com certeza vamos manter a mesma ideia. Dar continuidade ao
crescimento do Hugo, que tem passado confiança. Ainda hoje fez uma
atuação extraordinária e em todos os momentos esteve muito concentrado.
Tem melhorado com os pés também. Tinha tomado as decisões e ainda temos
muito para mexer. Depois, estamos falando de idades diferentes, em
relação aos dois. E também temos o componente de que é o Flamengo, então
existe essa ressonância por tudo que vem sendo dito e escrito, e nós
precisamos lidar. Até acho que o Hugo está crescendo muito em termos de
mentalidade, estabilidade emocional, e que pode oferecer ao Flamengo
tudo o que apresentou. Mas não é algo que vai se manter a temporada
toda.
Fonte: Lance!
0 Comentários